segunda-feira, 4 de novembro de 2019


      Como os raios solares podem afetar a saúde do seu cocô


Um novo estudo realizado no Canadá, por pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, foi o primeiro a confirmar que a exposição da pele aos raios solares, particularmente aos raios UVB, pode ter um importante impacto sobre a flora intestinal, contribuindo para uma melhor qualidade das espécies de bactérias intestinais.
Com esta descoberta, os investigadores pretendem que novos testes sejam realizados para implementar a exposição aos raios UVB como uma nova forma de tratamento para doenças intestinais inflamatórias, onde se incluem a doença de Crohn ou a colite, já que são doenças onde existe uma alteração de toda a flora intestinal.
Como os raios solares podem afetar a saúde do seu cocô

Número de doenças intestinais tem aumentado

Nas últimas décadas tem-se observado um aumento significativo dos casos de pessoas com doenças inflamatórias intestinais nos países mais desenvolvidos, que tem sido relacionado com as alterações dos hábitos de vida, assim como uma alimentação menos natural. Entre esses países, os países nórdicos são aqueles que têm demonstrado uma maior incidência desse tipo de doenças, o que levantou a hipótese de que a exposição solar, e a consequente baixa produção de vitamina D, poderia também afetar a saúde do intestino.
Com base nessa suposição, nos últimos anos foram feitos vários estudos com o objetivo de provar que a quantidade de vitamina D no corpo está diretamente relacionada com uma melhora significativa da flora intestinal, o que acabou sendo confirmado. A partir dessas conclusões, a suplementação com vitamina D tem sido considerada como uma opção de tratamento para algumas doenças intestinais.
Uma vez que a vitamina D produzida pela própria pele é melhor utilizada pelo organismo, do que aquela ingerida na alimentação, os investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica decidiram estudar o impacto da radiação UVB como uma nova e melhor opção para o tratamento das doenças intestinais, já que esse tipo de radiação é o principal responsável pela produção da vitamina D na pele.

Como foi realizado o estudo

O estudo incluiu uma amostra de 21 voluntárias, aparentemente saudáveis, que passaram por vários experimentos para entender a influência dos raios UVB na alteração da flora intestinal. Primeiramente, esse grupo foi dividido em dois sub-grupos: VDS-, onde estavam incluídas as mulheres que não tinham feito suplementação com vitamina D no inverno anterior, e VDS+, onde se incluíram as mulheres que tinham feito suplementação.
Em cada grupo foi colhida uma amostra de fezes de cada mulher, de forma a ser avaliada a diversidade de bactérias intestinais antes da exposição à radiação. Depois, ambos os grupos foram expostos aos raios UVB em um ambiente controlado, 3 vezes durante uma semana. Por fim, foi recolhida uma nova amostra para fazer um novo exame de fezes, com o intuito de avaliar se tinha acontecido alguma alteração na diversidade da flora intestinal de cada mulher.

Exposição solar tem mesmos efeitos que a suplementação

Após o primeiro exame de fezes, realizado antes da exposição aos raios UVB, os investigadores descobriram que as mulheres que fizeram suplementação com vitamina D, tinham uma flora intestinal mais diversificada e rica do que as mulheres que não tinham feito suplementação, suportando as descobertas feitas nos estudos anteriores.
Já no segundo exame, feito após a exposição dos dois grupos à radiação UVB, os pesquisadores observaram que as mulheres que não tinham feito suplementação e que, por isso, tinham uma flora menos diversificada inicialmente, apresentavam uma melhora bastante significativa na quantidade de espécies intestinais, que era semelhante à das mulheres que tinham feito suplementação com vitamina D.
Dessa forma, a exposição à radiação parece ser uma boa alternativa à suplementação, já que foi capaz de obter o mesmo tipo de resultados em apenas três sessões de exposição aos raios UVB.

Terapia com raios UVB pode ser novo tratamento para doenças intestinais

Com base nos resultados obtidos com este estudo, os pesquisadores sugeriram a realização de novos trabalhos de forma a entender se a exposição controlada a raios UVB pode, de fato, ser uma nova solução mais rápida e fácil para atenuar os sintomas de várias doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou a colite.

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